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Nem sempre o preço baixo ou o visual moderno são sinônimos de um bom negócio. No mercado brasileiro, alguns modelos ganharam fama — não pelas qualidades, mas pelos defeitos reincidentes que tiram o sono dos proprietários. Com base em dados de oficinas, relatos de consumidores e históricos de confiabilidade, listamos os dez carros que mais acumulam reclamações mecânicas. São modelos que exigem atenção redobrada na hora da compra e, muitas vezes, cobram caro por manutenções recorrentes e difíceis de resolver. Conheça agora os principais vilões da dor de cabeça automotiva.
10º lugar — Peugeot 307: o francês que não envelheceu bem

Lançado no Brasil em 2002, o Peugeot 307 chegou com a promessa de sofisticação europeia e bom pacote de equipamentos para a categoria dos médios. Disponível nas versões hatch e sedã, o modelo trazia bons atributos para a época, como design moderno, acabamento interno acima da média e equipamentos raros nos concorrentes diretos — como teto solar panorâmico, ar-condicionado digital e sensor de chuva.
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Sob o capô, o 307 era equipado com motores 1.6 16V (110 cv) e 2.0 16V (138 cv), ambos a gasolina ou flex. O câmbio podia ser manual ou automático de quatro marchas, este último herdado de outros modelos da PSA. A direção elétrica, suspensão bem calibrada e boa estabilidade em curvas também faziam do francês um carro agradável de dirigir.
Mas o tempo foi implacável. A eletrônica embarcada, antes um diferencial, se tornou uma dor de cabeça. Sensores que falham, panes no painel e travamentos inesperados são problemas recorrentes. A suspensão dianteira, embora eficiente, é frágil e exige manutenção frequente, principalmente nas buchas, pivôs e batentes. O custo das peças e a mão de obra especializada encarecem ainda mais o conserto.
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A lista de desvantagens ainda inclui o câmbio automático problemático, com trancos e travamentos comuns a partir dos 60.000 km. Some a isso a desvalorização elevada no mercado de usados e o difícil acesso a peças específicas — especialmente nas versões mais completas.
Por que está na lista?
O Peugeot 307 entra neste ranking por reunir uma combinação de falhas eletrônicas, fragilidade estrutural e alto custo de manutenção. Mesmo com boas intenções no projeto, ele se transformou em um modelo que exige paciência — e uma boa reserva financeira — para quem decide mantê-lo rodando.
9º lugar — Fiat Marea: o sedã que virou lenda (pelos motivos errados)

Quando chegou ao Brasil, em 1998, o Fiat Marea impressionou. Com motores potentes, acabamento refinado e comportamento dinâmico digno de sedãs europeus, ele parecia pronto para brigar com pesos-pesados como Honda Accord e VW Passat. E, por um tempo, conseguiu.
As versões mais conhecidas traziam motores 2.0 20V de 142 cv e o temido 2.0 20V Turbo, com 182 cv, ambos herdados da divisão Fiat italiana. Também existiu uma opção 2.4 20V, com cinco cilindros e 160 cv. Era desempenho de esportivo num carro familiar. O câmbio era manual de cinco marchas, e o pacote de equipamentos trazia ar digital, bancos em couro, computador de bordo e direção hidráulica.
No papel, tudo parecia promissor. Mas o tempo revelou um lado sombrio do Marea. O motor exigia manutenção extremamente rigorosa, especialmente no que diz respeito à troca de óleo. Qualquer descuido — mesmo pequenos atrasos — resultava em formação de borra e, consequentemente, no travamento do motor. A fama de “estourador de motor” nasceu daí, e segue até hoje como um dos maiores estigmas da indústria automotiva nacional.
Além disso, o custo das peças e a mão de obra qualificada encarecem as revisões, o que afastou até os entusiastas mais fiéis. O modelo também sofre com falhas no sistema de arrefecimento, vazamentos crônicos e sensores que deixam de funcionar com frequência.
Por que está na lista?
O Fiat Marea representa o clássico caso de um carro à frente de seu tempo, mas mal compreendido e mal mantido. A combinação de um motor sensível, manutenção cara e baixa tolerância a erros colocou o modelo entre os mais problemáticos do Brasil. Seu nome virou sinônimo de encrenca na oficina — e isso não é exagero.