Os 10 carros que mais dão dor de cabeça: veja os modelos com mais problemas mecânicos no Brasil - Página 4 de 5 - Husuy

Os 10 carros que mais dão dor de cabeça: veja os modelos com mais problemas mecânicos no Brasil

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4º lugar — Fiat Freemont: visual de SUV, alma de minivan — e manutenção nada simples

O Fiat Freemont foi lançado em 2011 como uma alternativa para famílias que buscavam um utilitário espaçoso, com visual robusto e capacidade para até sete ocupantes. O que poucos sabiam, no entanto, é que por trás do logotipo da Fiat havia um projeto inteiramente americano: trata-se, na verdade, de um Dodge Journey rebatizado e levemente adaptado para o mercado brasileiro.

A motorização disponível era sempre a 2.4 16V a gasolina, com 172 cv e 22,4 kgfm de torque, acoplada a um câmbio automático de quatro marchas — conjunto claramente subdimensionado para o porte do carro, que pesa cerca de 1.800 kg. O desempenho, como esperado, era apenas razoável. O consumo urbano, por outro lado, era bastante elevado: médias inferiores a 6 km/l não eram raras.

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O espaço interno e o conforto são pontos fortes. O Freemont oferece bancos amplos, bom isolamento acústico e equipamentos como ar-condicionado digital com três zonas, controle de estabilidade, tela multimídia e chave presencial. Mas isso não basta quando o custo de mantê-lo na garagem começa a subir.

Entre os principais problemas estão o sistema de arrefecimento, propenso a vazamentos e superaquecimento. A caixa de direção hidráulica costuma apresentar ruídos, folgas e vazamentos com menos de 60.000 km. Há ainda relatos frequentes de falhas no módulo eletrônico, além de travamentos no sistema de partida. A suspensão dianteira, como nos modelos derivados da Dodge, também sofre com batidas secas e desgaste precoce.

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Outro ponto delicado está na reposição de peças. Como muitos componentes são compartilhados com o Dodge Journey, os valores são altos e nem sempre há disponibilidade no mercado nacional, o que obriga o proprietário a recorrer a importações ou gambiarras — com resultados duvidosos.

Por que está na lista?
O Fiat Freemont entra nesta seleção por reunir um conjunto de falhas mecânicas e estruturais que se agravam com o tempo e são difíceis (e caras) de resolver. Embora ofereça espaço e conforto, o desempenho limitado, a manutenção complexa e a baixa oferta de peças transformam o sonho de ter um SUV grande em um pesadelo financeiro. Uma proposta ambiciosa que, na prática, entrega mais dor de cabeça do que tranquilidade.


3º lugar — Chevrolet Captiva: luxo acessível que cobra caro no pós-venda

Apresentada ao mercado brasileiro em 2008, a Chevrolet Captiva fez sucesso inicial entre os SUVs médios com seu visual imponente, bom nível de equipamentos e a proposta de um utilitário com pegada mais urbana. Importada do México e, depois, dos Estados Unidos, a Captiva trouxe uma combinação atraente: espaço interno generoso, acabamento superior e motor V6 — algo ainda raro entre os concorrentes da época.

A versão mais emblemática vinha equipada com o motor 3.6 V6 de 261 cv, câmbio automático de seis marchas e tração dianteira. Havia também uma versão 2.4 Ecotec de quatro cilindros com 171 cv, mais fraca e voltada ao público que priorizava consumo — embora isso nunca tenha sido exatamente o ponto forte do modelo.

O pacote de equipamentos era completo para a época: bancos elétricos com aquecimento, ar-condicionado digital, controle de estabilidade, teto solar e sistema de som com comandos no volante. Na teoria, era uma proposta tentadora. Na prática, começaram os tropeços.

O alto consumo de combustível (inferior a 6 km/l na cidade na versão V6) logo virou alvo de críticas. Mas os problemas iam além do posto de gasolina. A direção hidráulica acumulava reclamações por falhas crônicas na bomba e vazamentos. O sistema de arrefecimento tinha histórico de superaquecimento, e os discos de freio apresentavam desgaste prematuro, mesmo em uso moderado. A suspensão dianteira também não gostava do asfalto brasileiro — e deixava isso claro com batidas secas e peças com vida útil curta.

Como o modelo era importado, a disponibilidade de peças sempre foi limitada, e os valores, altos. A mão de obra especializada também encarece a manutenção, tornando a Captiva um carro acessível na compra, mas dispendioso ao longo do tempo.

Por que está na lista?
A Captiva figura entre os modelos com mais problemas mecânicos por causa do custo elevado de manutenção, da fragilidade de componentes importantes e da complexidade do conjunto mecânico — especialmente na versão V6. Apesar de oferecer conforto e presença, é um SUV que se mostrou pouco preparado para o dia a dia do brasileiro. E que, com o tempo, deixou de ser sonho para se tornar dor de cabeça na garagem.

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